Estudos baseados em perfis geofísicos e dados de poços profundos perfurados para captação de água subterrânea permitiram estabelecer o arcabouço estratigráfico de subsuperfície do Grupo Bauru, Cretáceo da Bacia do Paraná, no Estado de São Paulo. Duas superfícies de discordância regionais, designadas S1 e S2, foram identificadas, constituindo-se em excelentes horizontes guia para distinção e delimitação de unidades geofísicas, correspondentes às unidades litoestratigráficas formais. A primeira delimita os estratos atribuídos às formações Caiuá e Pirapozinho, abaixo, e Santo Anastácio, acima; a segunda marca o contato entre a Formação Santo Anastácio, abaixo, e os sedimentos das formações Birigui, Araçatuba, e Adamantina, acima. Os critérios de correlação utilizados permitiram estabelecer novas relações estratigráficas para o Grupo Bauru. Foram identificadas as formações Caiuá, Santo Anastácio, Araçatuba, Adamantina e Marília, e reconhecidas duas novas unidades litoestratigráficas, denominadas Formação Pirapozinho e Formação Birigui. A evolução da sedimentação do Grupo Bauru, amparada pelos dados aqui apresentados, processou-se em três fases principais de acumulação, separadas por eventos erosivos e não-deposicionais, de caráter regional.

Paula e Silva, F; Kiang, C. H. & Caetano-Chang, M. R. – 2005 – “Estratigrafia de subsuperfície do Grupo Bauru (K) no Estado de São Paulo”, Revista Brasileira de Geociências, São Paulo. V. 35 (1): p. 77-88.